Eu sou o caos.
Eu sou a tempestade disfarçada de calmaria. Eu sou a dúvida disfarçada de certeza.
Eu sou tristeza no carnaval.
Eu sou alegria nos dias de chuva.
Eu me perco em multidões, e me encontro ouvindo Zaz.
Eu gosto de silêncio porque minha mente a ensurdece.
Eu aparento ser gelada porque não quero que todos saibam dos vulcões que habitam minha alma.
Eu sou estranha.
Eu até entende os outros e muitas vezes não me entende sem duvidas.
Eu sou impulsiva, e faço, refaço, traço planos mas geralmente é o acaso que me guia.
Minha vida nunca foi cor-de-rosa.
E eu nunca fui chamada só de meiga e não fico calada ao ouvir absurdos.
Eu sou, é, eu rio, eu choro, eu brigo, e eu transbordo.
Eu não conheco o meio-termo.
Eu sou dos extremos opostos.
Eu sou corda bamba.
Eu não troco o preto pelo rosa.
Eu odeio e eu amo.
Eu sou açúcar e sou sal.
Pareço ter coragens inesperadas mas meus medos existem e estão guardados à sete chaves.
Eu prefiro a determinação da segunda-feira ao tédio de um domingo.
Eu prefiro a dor da certeza ao incômodo do talvez.
Eu sou sim, é não.
Eu tenho as perguntas, e tenho as respostas. Eu tenho a mente forte e coração mole.
Eu pareço ser durona mas por dentro não sou.
Eu sei ser companhia mas também sei ser solidão.
Eu gosto da paz do meu quarto mas também amo a fúria do mar.
Eu valorizo começos mas sei que alguns fins são necessários.
Eu sei me divertir muito mais em casa do que indo à festas.
Eu falo muito e me arrependo.
Eu me calo e me arrependo mais.
Eu sou coragem quando desgosto de alguém, e sou o medo quando gosto.
Eu não me ajusto ao comum e não atendo às expectativas alheias.
Eu choro quando esperam que eu sorria.
Eu reago quando me dão por vencida.
Eu revido após o último golpe.
Eu me torno cinzas pra renascer depois.
Eu vou ao inferno das emoções e volto ainda mais forte e brilhante.
Quando eu calo,
minha mente fala e jogo tudo em um papel.
Eu sou inverno e verão.
A estação das flores não é pra mim.
Eu prefiro a beleza do cacto,
tão rústico e resistente.
Eu sou tudo ou nada.
O meio-termo me desconcerta,
terremotos me reconstroem.
Eu até pareço ser calmaria,
Mas no fundo sou o caos.
